Romance de ficção científica é a estreia do jornalista e cineasta Gabriel Carneiro

Olhando para as estrelas só vejo o passado, romance de ficção científica de Gabriel Carneiro, será lançado pela editora Patuá, no dia 25 de fevereiro, a partir das 17h, na Patuscada – Livraria, bar & café, na capital paulista. No livro, que parte de uma premissa fantástica para discutir a materialidade da memória, um pesquisador alienígena vem à Terra em missão de reconhecimento, no entanto, encontra o planeta sem qualquer sinal de vida humana ou animal. A única coisa que resta a ele é investigar o planeta que a Terra foi a partir de vestígios preservados: as edificações, os objetos, os registros artísticos e culturais e, principalmente, as fotografias. As memórias encontradas na superfície terrestre o provocam a pensar no que ele abandonou ao assumir a viagem pelo cosmos. O romance é o 12º lançamento da Coleção Futuro Infinito, dedicada à ficção científica brasileira e que conta com curadoria e organização de Luiz Bras, pseudônimo do escritor Nelson de Oliveira.

Olhando para as estrelas só vejo o passado nasceu a partir de um roteiro de curta-metragem, nunca filmado, e alia algumas das questões mais candentes do trabalho de Gabriel Carneiro como cineasta, pesquisador e escritor. De um lado, o interesse pela ficção científica, especialmente como retrato de uma época, presente em textos e artigos; de outro, a reflexão sobre a memória, que permeia seus últimos quatro curtas-metragens como diretor e roteirista (Batchan, 2013; Aquela rua tão Triumpho, 2016; Esboçando Miziara, 2020; Memória Presença, 2021).

Escrito em primeira pessoa, em formato de diário, Olhando para as estrelas só vejo o passado, mais do que um simples relato de estranhamento, segundo Carneiro, “se propõe a ser um exercício de alteridade do desconhecido, um mergulho em uma personalidade que investiga a nossa realidade a partir de nossas concepções e também das dele, de um alienígena de um planeta distante”. O diário começa de maneira protocolar, objetivo, como um simples registro de eventos e ações. Aos poucos, devido ao contato com o que encontra aqui e o fato de se convencer de que está sozinho no planeta – e que sua missão, como concebida, fracassou –, sua escrita se modifica. Em meio aos relatos mundanos, o texto adquire um tom confessional e inquiridor, entre o fascínio da experiência, a desilusão do inesperado, a descoberta dos artefatos remanescentes e o ato de olhar para as estrelas como metáfora para reviver seu passado sem saber qual será seu futuro.

O livro também pode ser adquirido no site da editora: https://www.editorapatua.com.br/olhando-para-as-estrelas-so-vejo-o-passado-de-gabriel-carneiro/p

Serviço:
Lançamento e sessão de autógrafos de Olhando para as estrelas só vejo o passado
25 de fevereiro, sábado, das 17h às 22h
Patuscada – Livraria, bar & café (R. Luis Murat, 40, Pinheiros, São Paulo/SP)

Olhando para as estrelas só vejo o passado
Autor: Gabriel Carneiro
Editora: Patuá
Coleção Futuro Infinito
176 páginas, 14×21
Preço de capa: R$ 50,00

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Nas orelhas do livro, Bernadette Lyra escreveu:

“Neste incrível romance, Gabriel Carneiro faz uso de uma expertise já bastante comprovada, após muitos filmes realizados e muitos textos escritos sobre Cinema, para criar uma narrativa de ficção científica que se desenrola de modo minuciosamente imagético. Daí resulta que, sem deixar o estatuto da literatura, as palavras conseguem perfeitamente invocar, na imaginação, as cenas expostas pelos apontamentos de um viajante das estrelas, como se ler essas cenas nos permitisse atravessar um umbral entre elas e as imagens ali registradas. Mas, para além dessa virtuosidade técnica, este é um livro cheio de estranhamentos e surpresas.

Após o percurso de sua nave pelo espaço, um explorador de outro planeta chega à Terra, para onde vem em busca de dados e de contato com a humanidade. Porém só encontra restos, pó, detritos, ruínas. Árvores isoladas, estruturas enferrujadas, escadas quebradas, objetos e fragmentos de uma civilização misteriosamente extinta compõem o cenário melancólico de solidão ao redor dele, que caminha à deriva ao mesmo tempo em que mergulha na prospecção de sua própria existência, rememorando seus valores, sua vida e seus próprios desejos.

A cada um dos 134 registros que faz em 552 dias de permanência terrestre, o viajante vindo do espaço vai metamorfoseando a si mesmo, em consonância com o que agora experiencia. Ele olha para seu sistema solar perdido na lonjura do cosmos, à distância, enquanto pouco a pouco seu relato se transforma em memórias. E assim, os leitores são convocados para entrar em um estranho universo confessional que parece anular o tempo e o espaço, à medida que a leitura de Olhando para as estrelas só vejo o passado comprova a força da criatividade e o eterno poder da imaginação”.

Bernadette Lyra
Professora de Cinema e escritora, autora dos romances Ulpiana (A Lápis) e A capitoa (Casa da Palavra), entre outros livros.

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Sinopse:
Mantidos por um pesquisador alienígena, dois diários misteriosos – o terceiro se perdeu – expõem a insólita realidade de um planeta Terra subitamente desabitado. Abandonado. Sem humanos ou animais de nenhuma espécie. O que teria acontecido com todos os habitantes desse planeta? De que maneira interpretar o silêncio suspeito das cidades fantasmas? São essas as perguntas que o solitário visitante de outra estrela propõe, dia após dia, aos livros, filmes, discos, fotos e dezenas de outros objetos culturais que encontra em suas andanças. Mas tudo ao seu redor parece apenas desdobrar o silêncio e o mistério. O passado se recusa a revelar seu segredo. Toda informação é inconsistente, toda afirmação é duvidosa. Sinais ambíguos e enigmáticos brilham às dezenas, mantendo o exótico visitante – suas (in)certezas – prisioneiro num labirinto nada confortável de reflexos e miragens.

Sobre o autor:
Gabriel Carneiro nasceu em São Paulo em 1988. É escritor, jornalista, cineasta, crítico e pesquisador de cinema, Doutorando e Mestre em Multimeios pela Unicamp. Sócio fundador da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Escreveu, entre outros, para a Revista de CINEMA e para os sites Cinequanon e Revista Zingu!, do qual foi editor-chefe. Tem textos publicados em livros, coletâneas e catálogos diversos. Organizou, com Paulo Henrique Silva, os livros Animação brasileira: 100 filmes essenciais (2018), Curta brasileiro: 100 filmes essenciais (2019) e Cinema fantástico brasileiro: 100 filmes essenciais (2023). Como diretor e roteirista realizou Morte e morte de Johnny Zombie (2011), Batchan (2013), Aquela rua tão Triumpho (2016), Esboçando Miziara (2020) e Memória Presença (2021). Olhando para as estrelas só vejo o passado é seu primeiro romance.

Sobre a editora:
A Editora Patuá – Livros são amuletos – iniciou suas atividades editoriais em fevereiro de 2011 e já editou mais de 1700 títulos, estabelecendo-se como uma das principais editoras independentes do país, conquistando três vezes o Prêmio São Paulo de Literatura, três vezes o Prêmio Jabuti, o Prêmio Açorianos, o Prêmio AGES, duas vezes o Prêmio Guavira, o Prêmio Minuano e o prêmio Casa de las Américas, e deixando autores e autoras finalistas e semifinalistas do principais prêmios literários do país. Seus livros podem ser encontrados, entre outros, no site www.editorapatua.com.br e na Patuscada – Livraria, bar & café (R. Luis Murat, 40, Pinheiros, São Paulo/SP).

Coleção Futuro Infinito:
Amália atrás de Amália, de Marco Aqueiva; Apócrifos do futuro, de Romy Schinzare; Back to the USSR, de Fábio Fernandes; Banho de sol, de Ricardo Celestino; Brasa 2000, de Roberto de Sousa Causo; Fanfic, de Braulio Tavares; HiperHélix, de Michel Peres; Matando gigantes, de Claudia Dugim; Nebulosa, de André Cáceres; O éter inconsútil / O fruto maduro da civilização, de Ivan Carlos Regina; Olhando para as estrelas só vejo o passado, de Gabriel Carneiro; Violetas, unicórnios & rinocerontes, org. por Claudia Dugim.