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Curso Yasujiro Ozu: Poeta do Cotidiano, Cinesesc, fev/14

Curso Yasujiro Ozu: Poeta do Cotidiano, Cinesesc, fev/14


Carga horária:
8 horas

Proposta: Apresentar a obra do cineasta japonês Yasujiro Ozu, que, em 12 de dezembro de 2023, completa 60 anos de morte e 120 de vida. Ozu ganhou fama no ocidente por ser japonês por excelência, captando pelas suas lentes a essência do cotidiano do país do sol nascente. Com notável rigor formal, retratava as tradições e as mudanças do Japão ao longo dos anos, atravessando as mais diversas estruturas sociais e econômicas do país, sempre com delicadeza e poesia. Por ser considerado “japonês demais”, Ozu demorou a ser descoberto no ocidente – mas o encanto e influência de sua obra tem apenas crescido, fazendo com que Era uma Vez em Tóquio (1953), tida como sua obra-prima, ficasse em primeiro colocado na lista de melhores filmes da história em enquete da revista britânica Sight & Sound de 2012, segundo os cineastas. O curso abordará as três fases do cinema de Ozu, contextualizando cada período dentro da história do Japão e do cinema japonês, passando pela temática que tanto fascina o cineasta (a família, o conflito geracional, o cotidiano etc.) bem como tentará entender o estilo tão único que atravessa sua obra, especialmente a partir de Pai e Filha (1949).

Assuntos abordados:

– O cinema japonês antes de Ozu
– Ozu antes do cinema
– Os primeiros filmes de Ozu
– Shomin-geki e a realidade japonesa
– Os primeiros filmes sonoros de Ozu
– Ozu e o cinema japonês durante a 2ª Guerra Mundial
– Ozu e o Japão no imediato pós-guerra
– Trilogia Noriko
– O que é o típico Ozu?
– Ozu enquanto retrato da sociedade japonesa
– Morte/ MU

Ficção Científica: Panorama Histórico e Produção Contemporânea, Cinesesc, out/13

Ficção Científica: Panorama Histórico e Produção Contemporânea, Cinesesc, out/13

 

Carga horária: 14 horas

Proposta: Apresentar panorama histórico do cinema de ficção científica e relacioná-lo ao contexto histórico em que foram realizados. O gênero ficção científica, que versa, entre outros, sobre as especulações em torno das descobertas científicas, é um ótimo veículo para se investigar a história. Por conta do caráter urgente e atual desses filmes – geralmente encobertos por uma camada metafórica da ordem do fantástico -, tais produções servem como retrato da época em que a obra foi realizada.

No momento, o curso já tem dois módulos desenvolvidos, que podem ser ministrados independentemente.

Assuntos abordados em qualquer módulo:

– O que é ficção científica?
– Evolução do cinema de ficção científica

Módulo I:
Ficção científica clássica: 1950-1964
(8 horas)

A partir de 1950, com o filme Destino à Lua e sua inovação tecnológica, a ficção científica tornou-se um gênero em ascensão. O boom do gênero não veio à toa. O acirramento da Guerra Fria criou uma paranoia na população. Havia também o medo não só da ameaça comunista, mas também do aumento de armas nucleares, com poder de destruição em massa. A tecnologia e a ciência, que antes eram benfeitoras da humanidade, passaram a ser potenciais inimigas – elas podiam destruir toda a Terra. Os medos da década de 1950 nunca foram tão bem refletidos no cinema quanto nessas ficções, feitas, em geral, com pouquíssimos recursos. Temas como invasão alienígena, radiação, confronto com raças não-humanas e pré-históricas (leia-se: não civilizadas de acordo com a concepção vigente) eram comuns e muito explorados. Se antes os monstros eram fruto do sobrenatural, como vampiros, lobisomens e múmias, agora as ameaças eram alienígenas e bestas radiativas, consequências da radiação atômica, ou mesmo monstros pré-históricos, trazidos novamente à vida, contra suas vontades.

Assuntos abordados:

– Contexto histórico: Guerra Fria, American way of life
– Jovens no cinema
– A lógica do exploitation
– Ameaças extraterrestres: Invasões alienígenas e corrida espacial
– Efeito ciência: monstruosidades em benefício do progresso
– Monstros pré-históricos e raças não-humanas
– Godzilla e os japoneses

Módulo II:
Ficção científica contemporânea: os anos 2000
(6 horas)

Nos anos 2000, duas vertentes tomaram a ficção científica cinematográfica: a temática ambiental, em que o descuido com a natureza por parte dos humanos tem como consequência enormes catástrofes; e a metáfora do terrorismo e o efeito do pós 11/09, que decorrem os filmes de ameaças externas (alienígenas, monstros etc), evocando a paranoia dos filmes da Guerra Fria, com maior militarismo.

Assuntos abordados:

– A lógica do blockbuster
– Contexto histórico: pós 11 de setembro e a Guerra ao Terror; preocupações ambientais
– O mundo do terror: paranoia e militarismo
– Mudanças ambientais: catástrofes globais e revolta da natureza
– Mundo distópico: implicações do capitalismo
– FC existencial, como amparo do mundo
– A lógica do exploitation atualmente